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domingo, 10 de março de 2013

Uma reflexão acerca dos Games



Qual o seu preferido?
 Haaaa os games. Quem não gosta de liberar o stress, sentando na poltrona da sala em frente ao Videogame ou na cadeira em frente ao computador após um dia extenuante e incrívelmente chato de trabalho? Essa visão dos jogos como um canal de diversão tornou o mercado de jogos eletrônicos um dos que mais crescem e lucram. Reconhecido como o elemento lúdico do ser humano, o ato de jogar videogame é a hora da diversão, de extravasar a realidade, de ser cruel e implacável com os inimigos que tanto querem acabar de vez com o personagem que você controla: Praticamente você viaja sem sair do lugar. No entanto, existem pessoas que acreditam que isso causa efeitos sérios na psiquê humana, provocando desvios de comportamento e até desejo real de matar. Outros - como os evangélicos pirados - insistem que os games são uma porta de entrada para o mármore do inferno, e que as crianças acabam sofrendo um efeito lobotomizante de satanás para matar animais domésticos e até mesmo o pai ou a mãe (O caso do garotinho que jogava Grand Theft Auto e que depois de ser zumbificado pelo tinhoso, tentou matar a mãe, lembram?). Eis o tema da matéria de hoje, onde meu objetivo é desmitificar todas essas correntes, colocando os pingos nos devidos "is".

Grand Theft Auto: Menino foi hipnotizado (sic)














 Socialização e movimentação

O clássico fliperama: Ambiente social
Mesmo antes do advento dos jogos online, muito embora em grau menor, as pessoas se divertiam socialmente com os videogames. Em especial nos conhecidos e utilizados até hoje, playtimes, fliperamas ou casas de jogos, onde dezenas e até centenas de jogadores se reuniam e se reúnem para disputar partidas tanto em consoles como em máquinas de arcade. E é claro, não podemos deixar de citar essa ou aquela jogatina que organizávamos na nossa ou na casa daquele amigo mais sortudo que todo mundo, que havia ganhado um videogame dos pais. Por essa época, alguns médicos acusavam os jogos eletrônicos de provocarem aversão à socialização, tese que foi refutada em parte com o aparecimento da rede mundial de computadores e as partidas online que hoje em dia excedem os milhares de players que fazem amizade entre si, e constroem clãs. Há inclusive certos tipos de jogos como Left 4 Dead, onde recomenda-se que o modo campanha online deva ser composto por quatro jogadores, do contrário torna-se virtualmente impossível sair vivo das hordas de zumbis e criaturas assassinas. Jogar com menos de quatro não é proibido, no entanto a tarefa torna-se dificílima, da mesma forma que se os quatro estiverem jogando, precisam se ajudar o tempo todo, para garantir a vitória. Logo, a cooperação e o trabalho em equipe são fatores encorajados ao máximo, a ponto de imitar a realidade com precisão em todas as situações. E mesmo para os jogos single-player, atualmente o mercado de games tenta inovar em suas tecnologias, desmistificando a visão que temos dos jogadores como figuras apáticas e sedentárias, oferecendo maneiras divertidas de se movimentar para aqueles que também querem se divertir e gastar energia. Inclusive existem games online pelo celular que envolvem a localização real dos jogadores, o que permite que eles se encontrem em vários pontos das cidades. E eu não estou nem citando os games com propósitos terapêuticos e aqueles que são utilizados em academias...

Benefícios à mente

Medal Of Honor: Contexto Histórico
É cientificamente aceito atualmente, que os jogos eletrônicos representam o que há de melhor e mais saudável em matéria de treinamento mental diário, principalmente o grande aprimoramento tanto das capacidades cognitivas gerais, quanto da nossa coordenação viso-motora. Existem também outros benefícios como familiarização e aprendizado da língua inglesa (para jogadores brasileiros e de quaisquer outras nacionalidades), reconhecimento preciso de padrões, raciocínio rápido, logística, mapeamento de ambientes e cenários envolvidos, perseverança, exercícios  de memorização rápida, melhora da capacidade visual num todo (matizes), habilidade com estimativas, conhecimentos (especialmente com relação a títulos famosos que englobam temas históricos como a série Medal Of Honor, Call Of Duty, Age Of Empires, Age Of Mithology, Anno 1502, Gun, entre outros), noções de gerenciamento de recursos (presentes especialmente em jogos de tiro em primeira pessoa e RPG'S) e ainda treinamento de lógica e resolução de problemas. Existem muitas outras benfeitorias, mas saindo do padrão supracitado, cada um aproveita o conteúdo do game de uma maneira particular, porém não menos útil.

Malefícios?

Se a pessoa que está jogando, extrapola o bom senso tentando aplicar na vida real a lógica e os valores do jogo, então há algo extremamente errado aí. Não no jogo em si, mas na pessoa. É bem verdade que existem games violentos demais como a série Silent Hill, Doom, Manhunt e Unreal (onde os personagens praticamente viram carne móida em meio a violentos confrontos armados), mas a pergunta é: Esse tipo de game distorce a psiquê humana? Bom... Eu diria que ele faz mal sim, porém em quem já é acometido por alguma doença psiquiátrica ou desvio de comportamento. Pessoas com distúrbios mentais sérios devem ficar longe de jogos, especialmente daqueles que têm apelo à violência.
 Fora a questão clínica, há ainda os religiosos e moralistas que insistem em afirmar que os jogos violentos corrompem a juventude, implantando-lhes a agressividade... Como se a agressividade não fosse um instinto humano básico, presente inclusive em desenhos animados ditos inofensivos como Woody Woodpecker (Pica-Pau) e Tom e Jerry. Seja como for, a questão não deixa de ser polêmica, mas quem combate a representação da violência na arte e na cultura, deveria fazer uma profunda reflexão naquilo que o filósofo grego Aristóteles, chamava de Catarse: Na sua concepção, era muito mais aceitável, vivenciar simbolicamente a violência e a morte, ao invés de praticá-la na vida real, a exemplo do que ocorria nas tragédias gregas Édipo Rei e Bacantes: Na primeira, os filhos matam os pais, enquanto que na segunda, as mães rasgam a carne dos filhos com as unhas, para depois devorá-la crua. (para os menos entendidos do assunto, Édipo Rei e Bacantes, são duas peças do teatro grego, que pertencem ao estilo Tragédia).
 Um dos problemas mais comuns que vemos associados aos jogos eletrônicos, é o vício que acaba provocando inquietação, perda de descanso (devido às madrugadas passadas em claro), e consequentemente redução no rendimento escolar. Nesse sentido é preciso deixar bem entendido que isso depende de diversos fatores, mas em princípio se você tem filhos pequenos, deve atentar para o tempo que eles dedicam aos jogos e impor limites, pois além de outros motivos, uma educação desequilibrada e permissiva que não respeita compromissos, limites ou horários, também é uma grande aliada para o desenvolvimento do vício. Se é um videogame, precisa ensiná-los a darem mais valor ao ar livre e à prática de exercícios físicos e tarefas domésticas. Se é um computador, precisa também ensiná-los, que relações construídas "em off" são mais vantajosas, valiosas e significativas do que as feitas na rede, porque entre outras razões, um viciado em games online, não é muito diferente de um viciado em internet.    

Hã...? Proibição?

Counter Strike: Game provocaria "subversão social"
A proibição de games aqui no Brasil como Counter Strike e EverQuest em 2008 (só lembrando que a comercialização foi proibida, porém não o ato de jogar), já demonstra o quanto a lógica jurídica e a legislação brasileiras, são defasadas. A ordem juducial proibiu a distribuição e comercialização de "livros, encartes, revistas, CD-ROM, fitas de videogame ou computador"... Fita de computador?
 Em relação à lógica jurídica, devo alertar que o que torna um Estado seguro para seus cidadãos, é uma política de segurança pública eficaz e sobretudo FUNCIONAL, coisa que infelizmente não temos, uma vez que os bandidos fazem o que querem, na hora que querem e não são punidos exemplarmente. Não é proibindo jogos eletrônicos que a violência diminuirá, mas sim investindo em educação, e fazendo uso apropriado e implacável dos mecanismos juridicos dos quais dispomos, que são Ministério Público, Justiça e Cadeia. Essa coisa de apontar culpados, ou fazer inocentes pagarem pelos nossos erros, (o famoso bode espiatório), é coisa de judeu. E - novidade! - não somos judeus.
 Em relação ao segundo item, são necessários inúmeros ajustes e atualizações na nossa legislação digital, haja vista o quase total desconhecimento e atraso com relação ao assunto. É verdade que mais recentemente, houveram promulgações de leis contra crimes digitais, mas isso é muito pouco. A legislação digital brasileira (especialmente no que concerne a direitos autorais e reprodução) está praticamente intocada desde a popularização do computador e da internet aqui. E alguns deputados que deveriam trabalhar para a realização de ajustes desta natureza, não fazem nada a respeito e ainda tentam desaquecer o mercado de Games, que tem um faturamento superior ao da indústria de cinema. Sem esse incentivo, empresas estrageiras do ramo importam os nossos gênios e fazem fortuna, enquanto que nós (por questão de falso moralismo e fanatismo religioso), saímos perdendo. Insanamente repugnante.

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